É uma daquelas palavras que você entende, mais ou menos, do que se trata, mas não sabe responder direito se alguém lançar a pergunta: o que é ergonomia?
É um tema muito comum nas empresas e, intensamente, discutido pela equipes de Recursos Humanos (RH), já que a ergonomia é uma preocupação contínua.
Neste texto, eu vou te explicar de forma simples o que significa, o motivo de as empresas se preocuparem tanto com isso e por que você, leitor, também deveria dar atenção ao assunto.
Vamos lá!
O que é ergonomia
Aqui não pretendo dar meia-volta. Ergonomia é um método aplicado nas empresas para melhorar a saúde e produtividade de trabalhadores.
Se preocupa em entender como os profissionais usam e se relacionam os equipamentos que fazem parte do ambiente de trabalho.
Trocando em miúdos: regulagem da cadeira, altura da mesa, distância entre os monitores de computador e os olhos etc.
Nesse contexto, a aplicação da ergonomia serve para reduzir os impactos e riscos dos movimentos repetitivos no trabalho, exposição excessiva à luz entre outros fatores.
Ao longo do texto, vou trazer exemplos para facilitar o entendimento. Mas antes, vale entender porque essa metodologia tem esse nome. Depois disso, fica até mais fácil entender
O termo é a união de duas palavras gregas: ergo, que significa “trabalho”; e nomos, que quer dizer “lei/norma”.
Até aqui, já deu para entender o que é ergonomia, mas quando a gente entende a origem da palavra, pode vir uma outra pergunta. Quer dizer que ergonomia é lei?
Vamos discutir isso em um tópico logo abaixo.
Qual o objetivo da ergonomia no trabalho
Quando aplicada no ambiente profissional, gestores e RH fazem adaptações nos postos e ritmo de trabalho para evitar o surgimento de problemas ósseos, musculares e até mentais.
São problemas como:
- LER: lesão por esforço repetitivo;
- Cansaço excessivo;
- Esgotamento mental;
- Produtividade em baixa;
- Ausência frequente;
- Afastamento médico;
- Custos não previstos.
Ou seja, o objetivo da ergonomia é o de construir um ambiente de trabalho confortável o suficiente para que o profissional se sinta bem e a empresa não lide com imprevisibilidades.
Para chegar a esses resultados, muitas corporações começam com os ajustes no ambiente de trabalho: luzes, telas, mesas, cadeiras, temperatura etc.
E aprimoram com a implementação de atividades que ajudam a reduzir ainda mais os desconfortos e riscos de acidente no trabalho.
Um bom exemplo é a ginástica laboral. Algumas corporações contratam profissionais especializados que vão à empresa algumas vezes ao mês.
Quando há esse tipo de política na organização, é importante que gestão e RH acompanhem tudo de perto, para avaliar se as equipes estão seguindo de forma correta.
Esse acompanhamento contínuo também vai ajudar a empresa a monitorar os resultados desse tipo de estratégia.
É bom lembrar que passamos um terço do dia no trabalho. Isso quer dizer que se o trabalhador não tiver condições minimamente seguras e confortáveis durante esse período, pode sofrer danos a longo prazo.
Agora quando se tem um plano ergonômico, os efeitos são opostos. Neste caso, extremamente positivos. Veja abaixo!
Benefícios
Quando a empresa tem uma boa política de ergonomia, que funciona, é possível ver uma série de resultados. E para as duas partes: trabalhadores e empresa.
Quando o posto de trabalho é confortável, seguro e eficiente, ou seja, tem cadeiras que condicionam a uma boa postura, mesas numa altura adequada, iluminação e temperatura apropriadas, há uma situação de bem-estar.
São condições que reduzem o desconforto, o cansaço e situações de estresse. Logo, favorece a concentração e, principalmente, a produtividade.
E com o profissional disposto, a empresa também ganha. Com uma equipe mais eficiente, por conta da política ergonômica, a organização pode ter ainda mais resultados.
Ainda há outros benefícios como a diminuição de afastamentos, da improdutividade e redução de ações judiciais.
Sim, se a empresa não toma nenhum dos cuidados citados até aqui, pode ter de responder na justiça. O que leva ao questionamento: ergonomia é lei? A gente responde logo abaixo.
Ergonomia é lei?
Além de ser uma ciência com o objetivo de reduzir doenças ocupacionais, a ergonomia é lei. Isso quer dizer que a empresa que não está de acordo pode sofrer penalidades.
Por isso, existe a Norma Regulamentadora 17 (NR-17), conhecida como a norma da ergonomia. Essa regulamentação traz uma série de exigências para que o colaborador tenha a saúde física e mental preservada.
A NR-17 trata sobre transporte de materiais, levantamento de cargas, disposição da mobília e equipamentos de trabalho, condições do ambiente profissional etc.
A norma existe para que os trabalhadores não sofram ao longo da vida por conta de impactos negativos relacionados ao trabalho.
Para se ter ideia, mais de 200 mil pessoas no Brasil foram afastadas do trabalho por transtornos mentais em 2021, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Há casos de pessoas que entravam em pânico só de chegar ao trabalho. Além de distúrbios psicológicos, muita gente deixa o emprego por problemas físicos.
Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, em 2019, quase 39 mil trabalhadores foram afastados do trabalho por conta de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
Esses problemas podem ter como consequência a perda de funcionalidade e dificuldade de movimentos, ou seja, impactos a longo prazo para a vida profissional e pessoal do trabalhador.
Quando chega a esse ponto, as empresas também podem ser responsabilizadas. Em 2021, somente em São Paulo, foram 16 mil ações por assédio moral e outras 9 mil por doenças ocupacionais.
Fiscalizações por parte do Ministério do Trabalho acontecem de forma esporádica, em todo o Brasil, para avaliar se as organizações estão de acordo com a NR-17.
Em caso de descumprimento, as empresas têm um prazo para fazer a regularização. Caso não atendam as determinações, podem ser multadas e enfrentar sanções mais severas.
Mobiliário ergonômico: por que a sua empresa deve prestar atenção nisso
Até aqui, já deu para entender, de fato, o que é ergonomia, os benefícios e como pode favorecer as empresas que aplicam essa metodologia.
Mas como aplicar? Um dos primeiros passos é pensar no mobiliário. Pode ser uma tarefa difícil por causa das individualidades: tamanho das pessoas, peso, porte físico…
A mobília precisa atender o coletivo, para que todos possam se sentir confortáveis no ambiente de trabalho, e requisitos da NR-17.
Como não dá para ter um produto para cada pessoa, a estratégia é ter um produto que se adapte a cada pessoa.
Por isso, hoje existem cadeiras voltadas para ambientes, exclusivamente, corporativos que têm uma série de ajustes como, por exemplo:
- Regular a altura e angulo do apoio de cervical;
- Ajustar inclinação e altura do encosto;
- Mover o apoio de lombar;
- Regular a altura e profundidade (para frente e para trás) do assento etc.
Ou seja, são cadeiras que servem para todo o tipo de pessoa por conta do alto nível de ajustes, que permite adaptar o produto de acordo com o gosto e conforto de cada um.
É importante buscar cadeiras com o certificado NR-17. O selo indica que o produto passou por testes rigorosos, está de acordo com as regras e é totalmente segura para as pessoas.
Em relação às mesas, dá para ajustar a altura do móvel de forma totalmente eletrônica. Pois é, existe modelo desse tipo.
Inclusive, com sistema de memória em que você pode salvar opções pré-definidas de altura. Mas não é só isso.
Com esse tipo de equipamento, é possível executar alguns serviços em pé. Médicos, inclusive, recomendam esse tipo de atividade para reduzir a pressão na coluna e melhorar a circulação sanguínea.
Conclusão
Ergonomia é uma metodologia para adaptar o ambiente de trabalho para que fique o mais confortável possível para os profissionais.
A ideia não é, somente, trazer bem-estar, mas ter um espaço que não gere desconfortos que, com o passar do tempo, posam resultar em dores e problemas mais sérios.
Como é uma exigência, as empresas precisam ficar de olho. Primeiro, para que tenha um ambiente produtivo; segundo, para evitar problemas com a justiça.
Por fim, vale reforçar que o atendimento às regras traz benefícios tanto para colaboradores quanto para a própria empresa.